segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Poesia Estrangeira - Parte IV



Bonjour, mes amis, hoje continuaremos nossa viagem pelo velho mundo, mas dessa vez vamos para a França terra natal de Charles Baudelaire um dos ditos escritores malditos da literatura universal, nous commencer?


CHARLES BAUDELAIRE






Charles Pierre Baudelaire nascido em Paris no dia 9 de Abril de 1821 e falecido no dia 31 de Agosto de 1867, é considerado um dos precursores do Simbolismo (movimento surgido no século XIX na França em oposição ao Realismo, Naturalismo e Positivismo, que dá mais enfâse a musicalidade, à uma leitura subjetiva e mais abstrata, foca mais na intuição do que na razão ou lógica) e também considerado o fundador do modernismo. (ao lado dw Walt Whitman considerado o "pai do verso livre").
Vale notar nesse poeta a grande influência exercida por Edgar Allan Poe, Baudelaire viu em Poe um precursor e tentou ser sua contra parte francesa, numa carta enviada ao crítico Théophile Thoré, Baudelaire afirma: "Sabe por que tão pacientemente traduzi Poe? Por que ele se parece comigo. A primeira vez que abri um livro seu, vi, com terror e fascinação, não apenas temas sonhados por mim, mas frases pensadas por mim e escritas por ele, vinte anos antes."
Seu livro mais conhecido é "As Flores do Mal" (Les fleurs du mal), o livro foi divido por temas eles são:
  • Spleen et Idéal (Tédio e Ideal)
  • Fleurs du Mal (Flores do Mal)
  • Révolte (Revolta)
  • Le Vin (Vinho)
  • La Mort (Morte)
Lançado em 25 de Junho de 1857, O livro foi logo violentamente atacado e recolhido poucos dias depois sob acusação de obscenidade. Baudelaire foi condenado a uma multa de 300 francos (reduzidos depois para 50) e o editor a uma multa de 100 francos e, mais grave, seis poemas tiveram de ser suprimidos da publicação, condição sem a qual a obra não poderia voltar a circular.Em 1860 sai a segunda edição de As Flores do Mal. Aqui vai um dos poemas do livro:

Tédio Tenho as recordações d'um velho milenário!

Um grande contador, um prodigioso armário,
Cheiinho, a abarrotar, de cartas memoriais,
Bilhetinhos de amor, recibos, madrigais,
Mais segredos não tem do que eu na mente abrigo.
Meu cer'bro faz lembrar descomunal jazigo;
Nem a vala comum encerra tanto morto!

— Eu sou um cemitério estranho, sem conforto,
Onde vermes aos mil — remorsos doloridos,
Atacam de pref'rência os meus mortos queridos.
Eu sou um toucador, com rosas desbotadas,
Onde jazem no chão as modas despresadas,
E onde, sós, tristemente, os quadros de Boucher
Fuem o doce olor d'um frasco de Gellé.

Nada pode igualar os dias tormentosos
Em que, sob a pressão de invernos rigorosos,
O Tédio, fruto inf'liz da incuriosidade,
Alcança as proporções da Imortalidade.

— Desde hoje, não és mais, ó matéria vivente,
Do que granito envolto em terror inconsciente.
A emergir d'um Saarah movediço, brumoso!
Velha esfinge que dorme um sono misterioso,
Esquecida, ignorada, e cuja face fria
Só brilha quando o Sol dá a boa-noite ao dia!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães


Bom essa foi minha coluna de hoje e espero que tenham gostado, não tenho nenhuma ideia para a próxima, então se alguém tiver alguma sugestão é só falar.

Inté a próxima!

Lucas Freitas.



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