segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Poesia Estrangeira VI

Buenos dias, compañeros, hoje, falaremos um pouco sobre Pablo Neruda, sem mais delongas aqui vamos nós

PABLO NERUDA :




Pablo Neruda (nascido em 12 de Julho de 1904 em Parral no Chile e falecido no dia 23 de Setembro de 1973 em Santiago) foi um grande poeta chileno ( e também um diplomata), ganhador de um Nobel de Literatura (em Outubro de 1971) e também do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford (també vale dizer que ele ganhou um Prêmio Lênin da Paz). Nascido como Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto adotou o pseudônimo de Pablo Neruda ainda na adolescência, e que após uma ação na justiça, passou a ser seu nome oficial. Seus poemas são bastante conhecidos pelo teor romântico, começou a pública-los no periódico A Manhã da cidade de Temuco para a qual tinha se mudado com o pai em 1906 (sua mãe faleceu quando Neruda tinha apenas um mês de vida). Suas memórias foram publicadas postumamente em 1974, sob o título "Confesso que Vivi". Bom, aqui vai um poema do Neruda:


Posso Escrever os Versos Mais Tristes Esta Noite:

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda


Bom, essa com certeza não foi a minha melhor postagem (hoje foi um dia de cão), mas prometo fazer um trabalho mais decente na próxima segunda feira. Inté lá!

2 comentários:

  1. Essa postagem não foi nada indecente, pois eu adorei esse poema. É meio triste mas nos faz pensar sobre a duração do amor e da vida e a importância de viver cada momento, porque não sabemos o que nos aguarda no futuro.

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  2. O poema é lindo, pois trata-se do amor e ao mesmo tempo é triste, pois fala da perda desse amor. Retrata o amor incondicional e a inconformidade com a morte da mulher que ele amava, como diz no verso: "a minha alma não se contenta por havê-la perdido."

    Amanda Gondim.

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